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Público lota shopping para conferir eclipse no Recife

Público lotou o shopping Tacaruna para conferir o eclipse solar anular Júlio Gomes/LeiaJá

Por Paloma Vieira

Neste sábado (14), o céu se tornou palco de observação para pessoas de diversas regiões do Brasil devido ao fenômeno do eclipse solar anular. No Recife, a observação foi realizada em alguns locais, entre eles o espaço ao ar livre do Shopping Tacaruna. 

O ambiente concentrou centenas de pessoas no local e contou com o auxílio de 500 óculos com filtro solar, quatro telescópios, além de dez monitores de astronomia do projeto “Desvendando o Céu Austral” da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE).

Por volta das 14h começaram as montagens dos telescópios. Após o término da organização, às 14h33, as observações foram iniciadas. “A observação agora objetiva ver a totalidade do disco solar e perceber as manchas solares, que são processos de reações eletromagnéticas do sol que são regiões menos quentes. Essas manchas são maiores do que a própria Terra”, disse Everaldo Júnior, professor de História e membro do projeto Desvendando o Céu Austral.

Para realizar a observação, foi preciso utilizar óculos especiais com proteção específica, que foi disponibilizado pela centro de compras. Segundo a assessoria do shopping, a entrega dos óculos estava prevista para as 15h, mas, devido à grande quantidade de pessoas no espaço, houve a antecipação para as 14h. Por isso, apenas um par de óculos foi distribuído por família. Ainda assim, algumas pessoas não conseguiram os óculos.

Proteção

A demanda pelo óculos não foi por acaso. “Se você olhar para o sol direto, com nenhum objeto, nenhum filtro, a radiação ultravioleta penetra na retina e queima. Pode gerar dano que demora até 1 ano para recuperação ou, se for um dano muito severo, os oftalmologistas dizem que é irreversível”, disse Antônio Carlos Miranda, professor de Física da Universidade Federal Rural de Pernambuco.

Eclipse

Em torno das 15h30 teve início o eclipse solar anular no Recife. Mas por volta das 16h, horário no qual estava previsto o ápice do fenômeno, o céu nublado dificultou a exibição.

“Recife tem a tradição da astronomia desde a época dos holandeses, porque é uma capital antiga. Os primeiros acontecimentos políticos, históricos, econômicos e científicos aconteceram aqui e a população tem uma memória de ciência e conhecimento”, disse Antônio Carlos Miranda. Ele completa: “dizem que tudo em Pernambuco é o primeiro, tudo é o maior, então o conhecimento científico também é o primeiro em linha reta do mundo.”

As pessoas que foram conferri o eclipse se empolgaram com o evento. “É algo que a gente não vê todo dia e é único. Além disso, estar em coletividade é algo que agrega bastante”, disse o professor de geografia André Vinícius Crispiano, de 25 anos, que fazia parte do público que esperava o eclipse.

“Eu vim do interior de Mato Grosso pra cá, lá a gente só tem eclipse parcial, eu nunca cheguei nem perto de ver o eclipse anular”, disse Maria de Fátima, que aguardava o eclipse.

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