O Projeto Eleições 2024 da Rede Paraíba de Comunicação teve início nesta sexta-feira (7) com um evento que discutiu os cenários políticos e econômicos com especialistas nacionais renomados, incluindo a jornalista Andréia Sadi, apresentadora da GloboNews.
A 121 dias para o pleito, as palestras realizadas na manhã desta sexta-feira (7) no Luzzco, no bairro do Altiplano, em João Pessoa, reuniram cerca de 300 convidados, entre autoridades políticas e do poder judiciário, empresários e jornalistas.
Abordando o tema “O Cenário Político-Eleitoral em 2024”, Sadi analisou os impactos das eleições no contexto nacional. Ela destacou como o interesse de congressistas e representantes do poder executivo influencia as rivalidades locais, mesmo nas eleições municipais, que seguem uma dinâmica diferente das eleições gerais. Para a jornalista, o debate deste ano está muito contaminado pela polarização.
“As pessoas olham para o candidato, elas querem saber se ele vai resolver a vida delas do ponto de vista financeiro, sim. Mas elas querem saber também se vai ter terceiro banheiro, se vai ter discussão de aborto, se vai ter discussão de drogas, em qualquer lugar. Isso é um retorno que eu, como jornalista, tenho o tempo todo”, contextualizou Sadi.
As pessoas querem saber dos candidatos, mas querem saber também o que eles defendem.
Destacando o acirramento do debate público com temas que estão alheios à própria natureza dos mandatos de prefeitos e deputados, Andréia Sadi lembrou que não há outra saída para os grandes temas que mobilizam as pessoas que não seja através da política. “É assim que se trata numa democracia. Enquanto os políticos estiverem ali, você tem como cobrar, você tem como pressionar. Então, eu não gosto de ficar vilanizando o Congresso, porque não tem outra saída a não ser pela política”, entende ela.
Com uma vasta experiência em cobertura política, Sadi adiantou quais são as principais expectativas e tendências para o próximo pleito em todo o país, destacando os atores políticos, as coalizões partidárias e os possíveis impactos das eleições no contexto nacional. “Em algumas partes do país, como vocês sabem, é uma questão muito regional, mas começa a ter uma repercussão na eleição municipal, e isso depois é ampliado para a eleição presidencial. As eleições municipais são um farol para a eleição presidencial, ela conta muito para o sentimento de 2026”, adiantou a jornalista.
Conhecida por sua habilidade em analisar cenários políticos complexos e por seu acesso a informações exclusivas nos bastidores da política brasileira, a jornalista trouxe ainda impressões pessoais de como as discussões dos temas eleitorais são mediadas pelas redes sociais.
“Não há hoje um de letramento digital de política. O político põe só a resposta dele e fica parecendo que é a sociedade da lacração. Cada um fala o que quer e não tem contraditório. São novos tempos da política pra gente ficar muito de olho. É uma coisa que a gente tem monitorado muito também no jornalismo como um todo, mas isso tem efeito na vida de todos nós, porque senão a sociedade vai ter só um recorte do que está acontecendo em Brasília”, defende Andréia Sadi.
Sobre a relação do Governo Federal com o Congresso, que tem redefinido o equilíbrio de forças entre os poderes em Brasília, Sadi afirma que o parlamento está “deslocado da realidade”.
“O Congresso, como nós estamos vendo e sabemos, será cada vez mais conservador, cada vez mais ensimesmado e cada vez mais empoderado. Esse é o Congresso Nacional. O Congresso Nacional, dos últimos anos para agora, ficou muito grande, ficou muito poderoso, tem muito dinheiro. Reclamam, mas têm muito dinheiro”, afirmou.
Por fim, a jornalista arriscou traçar os temas que dominarão o período de eleições municipais de outubro. “Minha experiência mostra que com a digitalização e também com todo mundo tão conectado, os temas que antes não eram tão pautados vão dominar as eleições de 2024. Por exemplo segurança pública: apesar de ser responsabilidade do Estado, você escuta falar de segurança pública numa eleição municipal hoje. Os prefeitos vão ser muito questionados sobre isso”, declarou.
Outro assunto que, segundo ela, deve entrar com mais apelo na pauta eleitoral, é a agenda ambiental. “A questão climática é outro exemplo, a gente está vendo essa tragédia no Rio Grande do Sul, e é praticamente impossível este tema não dominar os debates no país, principalmente na região Sul. Com as redes sociais, com todo mundo online, todo mundo acompanhando, todo mundo querendo participar, isso vai ser uma mudança”, projeta Andréia Sadi.
A Rede Paraíba, composta pelas TVs Cabo Branco e Paraíba (afiliadas Globo), g1 PB, Jornal da Paraíba e rádios CBN João Pessoa e Campina Grande, promete uma cobertura abrangente e profunda. O projeto envolve dezenas de profissionais que promoverão sabatinas, debates, entrevistas, análises diárias, conversas com especialistas e checagem de declarações dos candidatos à prefeitura, conectando os eleitores às ideias, promessas e compromissos dos políticos.