Amanhã o ex-prefeito e deputado estadual Luciano Cartaxo deverá ser oficializado como pré-candidato a prefeito pelo PT em João Pessoa. A tendência é a Executiva Nacional do partido homologar a indicação que foi feita pelo GTE, semana passada.
O petista venceu a disputa interna na legenda com a deputada Cida Ramos (PT), que também disputava a indicação. E teve, para isso, a participação de figuras petistas importantes, como o deputado federal Luiz Couto e o ex-governador Ricardo Coutinho.
A articulação de Coutinho nesse processo interno tem feito surgir a tese de que a esposa dele, Amanda Rodrigues, deverá ser indicada para vice na chapa petista. A possibilidade, dentro do contexto de hoje, não é das melhores.
Se optar por Amanda na chapa, Cartaxo traz para dentro de sua pré-candidatura o debate sobre a Operação Calvário.
É inevitável que os demais concorrentes se utilizem das denúncias e investigações feitas pelo MP na discussão eleitoral – mesmo Amanda, e nem Ricardo Coutinho, tendo qualquer condenação no âmbito daquilo que está sendo apurado.
Esse debate sobre a Calvário foi determinante para o fracasso das candidaturas de Coutinho em 2020, quando disputou a prefeitura pessoense; e mais recentemente, em 2022, quando tentou ir para o Senado. E não há dúvidas de que, ainda sem julgamentos, os processos voltem a servir para o embate eleitoral.
É natural que isso ocorra. Assim como acontecerão questionamentos quanto a outros pré-candidatos na Capital, que também possuem pendências junto ao Judiciário.
Cartaxo, que tenta construir uma candidatura de centro-esquerda, poderia evitar o desgaste e permanecer na discussão comparativa entre gestões; ou encabeçar o discurso de ser o candidato do presidente Lula (PT) na Capital.
Se a articulação em torno de Amanda virar realidade, essa pauta positiva deverá ser dividida com explicações defensivas sobre a Calvário. Em resumo: o apoio de Ricardo para o petista foi e continua sendo importante, mas Amanda na chapa pode ser um empecilho.