O disco Face a Face está sendo reeditado em vinil que reproduz fielmente a capa original. Lançado pela EMI-Odeon em 1977, é o melhor álbum de Simone.
Simone aconteceu aos poucos. Quase nada no disco de estreia, de 1973. Um pouco mais em Quatro Paredes, de 1974. Mais ainda em Gotas d’Água, de 1975. E, finalmente, em Face a Face, que, em 1977, a projetou como uma das grandes cantoras do Brasil.
Face a Face já era um excelente disco na época do seu lançamento. Mas soa muito melhor agora, quando reouvido quase 50 anos depois.
Cigarra, de 1978, e Pedaços, de 1979, são os outros discos de Simone talvez comparáveis a este álbum de 1977. Estão na antologia da música popular brasileira.
Face a Face impressiona pela beleza da voz de timbre grave de Simone, pela qualidade do repertório, dos arranjos e pelo nível dos instrumentistas que a acompanham nas 10 faixas do álbum agora relançado pela Universal Music.
Face a Face e Jura Secreta são de Sueli Costa. Reis e Rainha do Maracatu, Paixão e Fé e Canoa, Canoa, a gente ouviu no ano seguinte no álbum Clube da Esquina 2, de Milton Nascimento.
Primeiro de Maio é uma parceria de Chico Buarque com Milton Nascimento. O Que Será é de Chico e também foi gravada pelo autor em dueto com Milton tanto em Meus Caros Amigos quanto em Geraes.
Céu de Brasília é Toninho Horta. Valsa Rancho é Francis Hime. Começaria Tudo Outra Vez é Gonzaguinha.
É difícil crer que um só álbum tenha um repertório assim. Por isso que Face a Face é o melhor de todos os discos de Simone.