O candidato à prefeitura de João Pessoa, Marcelo Queiroga (PL), foi entrevistado nesta quinta-feira (26), no telejornal JPB1, na TV Cabo Branco. Durante a entrevista, Queiroga citou dados sobre saúde, política, educação, infraestrutura, entre outros.
As equipes do Jornal da Paraíba, Núcleo de Dados da Rede Paraíba e LABCOM da Uninassau apuraram e encontraram erros em algumas informações.
Confira abaixo algumas frases que foram checadas na entrevista de Marcelo Queiroga no JPB1:
“Segundo uma pesquisa da Confederação dos Municípios do Brasil, em cada dez municípios, seis não têm vacina”
A INFORMAÇÃO É VERDADEIRA
Em setembro deste ano, a Confederação Nacional de Municípios (CNM) divulgou uma pesquisa indicando que seis em cada dez municípios enfrentam falta de vacinas, ou seja, em 64,7% das cidades há falta de vacinas para imunizar a população, principalmente as crianças. O levantamento foi produzido entre os dias 2 e 11 de setembro e contou com a participação de 2.415 municípios.
“Nós criamos o programa Previne Brasil, que uma das metas é, justamente, atingir a cobertura vacinal”
A INFORMAÇÃO NÃO É BEM ASSIM
O programa Previne Brasil foi instituído pela Portaria nº 2.979, de 12 de novembro de 2019, no âmbito da gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro. Marcelo Queiroga, no entanto, assume o Ministério da Saúde e passa a fazer parte da gestão em maio de 2021, quando era o então presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia. O programa foi criado pela gestão na qual o candidato fez parte, mas não no período em que esteve como ministro.
No programa Previne Brasil, uma das ações é a cobertura vacinal de poliomielite inativada e de pentavalente.
A assessoria do candidato informou que “o Previne Brasil foi otimizado na gestão do ministro Marcelo Queiroga, a partir de março de 2021, após a pandemia da Covid-19. A Atenção Primária ganhou protagonismo com Queiroga, que focou na ampliação do acesso à principal porta de entrada do SUS, já que os investimentos dependem do número de pessoas efetivamente cadastradas pelas equipes de Saúde da Família e de Atenção Primária”.
“Lembra lá da Transposição do Rio São Francisco? Já existia. Quem foi que praticamente concluiu? Foi o Bolsonaro”
A INFORMAÇÃO É FALSA
A Transposição começou em 2007, na gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e previa 699 km de extensão – considerando, além dos 477 km dos eixos Norte e Leste, os ramais do Agreste (71 km), Apodi (115 km) e Salgado (36 km). A construção começou no ano seguinte.
Em 2013, o projeto original sofreu uma redução para 477 km de extensão. Em 2015, ocorreu a entrega da primeira estação de bombeamento da obra, no eixo Norte, pela então presidente Dilma Rousseff (PT). Dois anos depois, o eixo Leste foi inaugurado pelo ex-presidente Michel Temer (MDB).
O governo Jair Bolsonaro inaugurou um dos trechos finais do eixo Norte em junho de 2020 e retomou o projeto original, que previa a construção dos Ramais do Agreste, Apodi e Salgado – ampliando, novamente, a extensão da obra para 699 km.
A execução do Ramal do Agreste aconteceu em 2021. O Ramal do Apodi teve início no mesmo ano, e o do Salgado teve licitação aberta em 2022.
É incorreto afirmar que o empreendimento está totalmente concluído, já que em 4 abril deste ano, o presidente Lula (PT) instaurou um novo trecho da transposição do Rio São Francisco, com a inauguração da Estação Elevatória de Água Bruta (EEAB) de Ipojuca, distrito de Arcoverde, e do trecho Belo Jardim – Caruaru da Adutora do Agreste de Pernambuco. E em 5 de abril, assinou uma ordem de serviço para ramal da transposição do rio São Francisco no Ceará. O Ramal do Apodi, por exemplo, atualmente, apresenta 58,22% Ode execução física. O percentual de avanço corresponde à evolução dos projetos executivos, das obras civis, das instalações eletromecânicas.
Além disso, é importante destacar que a execução da obra passou por outras três gestões federais.
A assessoria do candidato informou que a obra foi “concluída por Jair Bolsonaro, depois de 15 anos, o que significa quase quatro mandatos presidenciais”.
*Participaram da checagem os jornalistas Dani Fechine, Dennison Vasconcelos, Lara Brito e Taiguara Rangel, e o estudante Luís Carlos.