O CIDADÃO RJ

Pedrinho e Marcelo Sant’Ana falam sobre a reta final do ano do Vasco e projetam 2025

Pedrinho e Marcelo Sant’Ana falam sobre a reta final do ano do Vasco e projetam 2025

Pedrinho anuncia Felipe como técnico interino do Vasco

Pedrinho anunciou, em entrevista coletiva nesta segunda-feira, que Felipe “Maestro” será o técnico do Vasco nas três rodadas finais do Brasileirão. Ele atuava como diretor-técnico do clube desde junho e é amigo e homem de confiança do presidente.

– Pensamos bem e vamos colocar o Felipe como treinador interino. Ele vai cumprir os três jogos restantes. Essa foi a melhor decisão por diversos aspectos. Felipe é um cara muito capacitado, tem todas as licenças da CBF, está no dia a dia do treinamento, conhece todos os atletas, características, personalidade… Para uma reta final seria um risco trazer um treinador novo, sendo que a gente precisa de representatividade para alcançar nossos objetivos – disse Pedrinho, que completou:

– O Felipe é meu amigo, é muito além, é um irmão, mas eu jamais colocaria qualquer pessoa que não fosse capacitada para essa área. Tem a segurança, porque é alguém de confiança e capacitado. Para ficar claro, Felipe é o treinador interino para esses três jogos até o término do campeonato. Paralelo a isso, juntamente com o Felipe, vamos atrás de um treinador que caiba no nosso orçamento. E que a gente consiga ter um ano positivo. O que é fato é que ele só vai ficar os três jogos. Depois a gente vai avaliar isso, porque não podemos tirar o foco desses jogos. O próximo passo a gente vê.

Pedrinho diz que próximo técnico tem de estar dentro do orçamento do Vasco

Após o Brasileirão, o planejamento é manter Felipe no dia a dia do time, mas não como treinador. Ele deve assumir uma função fixa na comissão técnica do Vasco em 2025. Ou treinar algum time das categorias de base do clube. Isso ainda será conversado. A diretoria já começou a olhar o mercado em busca de um técnico para iniciar a próxima temporada.

– É evidente que muitos treinadores surgem, muitos nomes. São nomes que estão livres, outros que estão trabalhando. Alguns começamos a estudar ontem, outros não fazem parte do nosso planejamento. Agora é um desgaste, porque temos que encaixar o que pensamos de futebol e o que cabe dentro do orçamento. Que possamos ter uma temporada boa. Pegando o cenário todo, foi um time que encontramos com muita dificuldade no início, chegamos a uma semifinal de Copa do Brasil, esperando a definição ainda do que pode acontecer no Brasileiro em termos de classificação – destacou o presidente, que acrescentou:

– Difícil encontrar dentro do que penso de futebol, o que a gente tem no mercado e o que cabe dentro do orçamento. Não sei se vou encontrar o treinador que jogue do jeito que eu imagino que o Vasco mereça jogar e que caiba dentro do orçamento. A gente tem alguns perfis e torce para que tudo encaixe e seja o mais próximo do que a gente pensa.

Pedrinho detalha qual o perfil do próximo técnico do Vasco

Rafael Paiva foi demitido no domingo, depois de perder por 3 a 0 para o Corinthians na Neo Química Arena, pela 35ª rodada do Brasileirão. Foi a quarta derrota consecutiva da equipe, que já vinha de resultados negativos contra Botafogo, Fortaleza e Internacional.

Ele havia assumido o Vasco em definitivo em junho, depois da saída de Álvaro Pacheco – o português também foi demitido por Pedrinho, cerca de um mês após assumir o comando do futebol ainda na era 777. Ao todo, considerando o tempo em que comandou a equipe logo depois de Ramón Díaz, Paiva somou 35 partidas, com 13 vitórias, 10 empates e 12 derrotas.

– Espero que entendam que todas as minhas respostas não são desculpas, são respostas. Eu não quero proteção, mas quando volto em alguns assuntos é porque são necessários como respostas. Jamais vou dar desculpas e tirar minha responsabilidade como presidente – pontuou Pedrinho antes de abrir para perguntas dos jornalistas.

O diretor de futebol Marcelo Sant’Anna participou da entrevista ao lado de Pedrinho.

– Já temos afunilado os perfis desde a saída do Paiva. Eu dizer exatamente o perfil é algo que, para o Vasco, não é vantagem nesse momento. Se eu começo a dizer, por exemplo, que o Vasco quer um técnico jovem que sai de trás com um jogo mais apoiado e na parte ofensiva sempre quer o perde-pressiona… Eu já estou dizendo para o mercado que todo técnico que eu buscar nesse perfil pode me cobrar mais caro. Vamos ter uma responsabilidade com esse perfil. O torcedor conhece o histórico do Vasco, e vamos buscar uma afinidade com esse DNA. Na minha parte, enquanto executivo, vou precisar fazer um ajuste desse DNA do Vasco com nosso modelo de negócios. Se não, no fim da temporada, a conta não fecha – afirmou o dirigente.

– Os treinadores de língua espanhola são uma possibilidade, é algo que está consolidado no futebol brasileiro nos últimos anos, ou português. A maior barreira é a língua, então trazer alguém que fala inglês ou italiano acho que não encaixaria. Poucos atletas no Brasil têm um segundo idioma com naturalidade, então temos que respeitar. A presença do treinador ali falando diretamente com os jogadores é determinante. De barreira com estrangeiro seria mais o idioma. Se vai ser brasileiro ou estrangeiro, a gente precisa afunilar essa escolha – continuou Marcelo.

Veja outras declarações:

Saída de Paiva e escolha por Felipe

Pedrinho: Paiva entrou num momento delicado, com a demissão do Álvaro Pacheco, e deu uma resposta muito positiva e tranquilidade para a gente mantê-lo no cargo. Diversos outros pontos foram acontecendo, o Paiva e sua comissão obviamente têm elogios e críticas à minha gestão, como tenho muitos elogios e algumas críticas ao Paiva. Isso tudo é interno. Não foi só a forma na derrota, tiveram vitórias que a forma também não me agradou. Agradeço demais por esse momento que ele viveu com a gente. Nessa subida para o profissional, ele trouxe seu auxiliar Xandão e logo depois o Damian. A gente abriu mão de um auxiliar da casa, e o Ramon do sub-17 subiu para o sub-20. Com a demissão do Paiva, pensando com calma e cautela, seria muita pressão para o Ramon Lima.

Marcelo Sant’Anna: nos últimos 10 anos do Vasco, se excluirmos os jogos por campeonato estadual ou Série B, o Rafael Paiva é o treinador com o segundo maior número de jogos. Só fica atrás do Vanderlei Luxemburgo, somando as duas passagens do Luxemburgo, que treinou o Vasco por 46 partidas. O Paiva treinou o Vasco por 35 partidas, e o Zé Ricardo por 34. O Ramón treinou por 30 partidas. É difícil implementar dentro dessa cultura brasileira de pressão e cobranças. Somos gratos ao Paiva pelo trabalho, ele tinha um recorte de 10 vitórias, três empates e duas derrotas até a primeira pausa da Data Fifa. Num segundo momento, o Vasco fica oito partidas sem ganhar, que infelizmente resultaram na nossa eliminação na semifinal da Copa do Brasil. A gente vence Cuiabá e Bahia e novamente tem duas derrotas em sequência.

– Muita gente pediu a troca do treinador, a gente preferiu dar continuidade por acreditar que as pessoas precisam de tempo e não pode mudar numa primeira oscilação. Tivemos outra Data Fifa para trabalhar, mas infelizmente nesses jogos recentes os resultados não foram positivos, e o presidente sempre cobra que a postura a gente não pode negociar. A imagem desses últimos jogos nos gerou preocupação. A mudança de rota é para buscar devolver o Vasco a uma competição internacional. Temos a dificuldade de encaixar o que a gente acredita de modelo de jogo e de negócio.

Relação com Felipe além do lado pessoal

– Chamei o Felipe antes, perguntei se ele aceitaria. Não passava pela cabeça dele ser treinador. Era uma decisão difícil, porque eu precisaria demitir o Paiva e (ter) a aceitação do Felipe para esses três jogos. Minha decisão estava tomada na cabeça, de que eu ia demitir o Paiva. Se o Felipe não aceitasse, eu ia ter que solicitar o Ramon do sub-20, e teria que dar um respaldo muito grande. Expliquei pra ele o cenário, por que achava importante pros próprios atletas ter o Felipe como representante à frente deles nos três jogos, com uma identificação enorme com o clube e o conhecimento que ele tem de jogo. A gente espera que dê certo. A conversa foi depois que eu tomei a decisão, em nenhum momento foi planejado. As pessoas vão tentar me botar na mesma prateleira de outros gestores, e não vão fazer isso porque eu não sou igual a eles. Vou ter erros e acertos, mas não vou fazer o que fizeram. Não sou vagabundo, de esquema, pilantra, não dou volta em ninguém. Sou trabalhador que erro e acerto. Felipe está ali por três jogos, porque é o melhor que o Vasco tem pela nossa situação. Ele ser meu amigo é outra questão. Querem me colocar em um pacote cultural de gestores que eu não sou. Essa narrativa de sacanagem, de vagabundo, não vai colar comigo. Isso quer dizer que vou ser o melhor presidente, que não vou errar? Não. Quer dizer que sou justo e honesto.

– Minha relação com ele é mais que de um irmão. Eu chego aqui em 1983, ele chega no ano seguinte. Eu tinha muita dificuldade financeira, e a família do Felipe era muito bem-sucedida na época. A gente chegava aqui, treinava. Muitas vezes o seu Jorge (pai do Felipe), que também foi um pai para mim, ia lá na minha casa, porque minha mãe era muito rígida de deixar eu ir para a casa das pessoas, pedir para que eu fosse para a casa do Felipe. Além de a gente ficar aqui todos os dias, jogando campo e salão, ainda passávamos os fins de semana juntos. Tenho muito amor pelo Felipe, um amor que nunca vai ultrapassar o respeito e a ética das funções que exercemos hoje. Nosso profissionalismo vai prevalecer. Mas o sentimento que tenho pelo Felipe é o de um irmão. É um cara em quem eu confio completamente, justo, honesto. É muito querido por todos os jogadores com quem trabalhou, no Vasco hoje. Desejo muita sorte para ele, porque a sorte dele é a sorte nossa.

O que aprendeu com a janela do meio do ano?

Marcelo: a janela do meio do ano foi uma de correção no Vasco. Desde o meu anúncio até o fechamento, tivemos a decisão de efetivar o Paiva como treinador, e naquele primeiro recorte tínhamos uma campanha com dez vitórias, três empates e duas derrotas, que nos sinalizou onde poderíamos ou não atacar o mercado. Ficamos na dívida, sim, de contratar um zagueiro, que buscamos. Mas dentro da realidade financeira do Vasco, os nomes colocados não cabiam. Tomamos as decisões com base naquele contexto. infelizmente, há o dinamismo do futebol. Com a janela fechada, tivemos a cirurgia do Adson, que a gente sabia que poderia ter esse risco, porque o atleta vinha se queixando de dores. Como, por exemplo, o Paulinho vem se queixando no Atlético-MG, mas tem conseguido estender um pouco a atividade na temporada.

– O Adson chegou num ponto em que ficou inseguro. Logo na sequência da janela, ele opera, mas estávamos na expectativa de trazer o Maxime já pensando nessa reposição. A perda do David foi com três ou quatro jogos (após o fim da janela), o que prejudicou o andamento do Vasco. Vamos abordar de maneira mais detalhada a capacidade de investimento dentro da janela de transferência, mas muitas vezes você não faz necessariamente os movimentos que deseja, porque você tem que respeitar os contratos que são estabelecidos. Como o presidente citou, dando uma informação para que a torcida tenha contexto: o jogador mais caro que o Vasco contratou na janela, com Pedrinho como presidente, foi o Puma Rodríguez. Tivemos que pagar um valor significativo, o mais alto que pagamos, senão o Vasco teria risco de transfer ban.

Pedrinho: eu assumo um compromisso que não foi feito por mim. Por isso falo que às vezes tenho que voltar, porque as pessoas não entenderam e muitas vezes gostam de ouvir algumas mentiras, que se sentem mais confortáveis. Dando um exemplo: o Paulinho é um grande jogador, foi uma ótima contratação, tá voltando e acho que vai nos ajudar demais. Temos que pagar 650 mil dólares de transferência pra não sofrermos o transfer ban. Uma das parcelas. O Paulinho não vale a pena? Muito, mas o Vasco tinha condição de contratá-lo? Não. Se eu não tenho condição de pagar um jogador desse nível, eu não posso trazer. O Coutinho tava na conta de uma dobra de sócio-torcedor, eu não gasto um real com ele. Se eu tivesse que desembolsar o salário dele, não teria condições pra isso. O que quero dizer é que a sensação que temos é que a 777 viu que ia bater no muro, e deduziu: “Vamos fazer o que tem que fazer, e alguém vai comprar isso aqui”.

– Eles deixam claro pra gente que queriam vender. E não estou lamentando, a bronca é nossa. Mas que fique claro que as exigências de contratação sejam compatíveis com o cenário. Tenho que pagar 2 mihões de euros a mais numa contratação se o Vasco não cair. Tenho que pagar uma da parcela de 650 mil dólares de transferência que foi feita pela 777, sendo que eles fizeram planejamento esportivo sem base no orçamento. Você ganha mil reais por mês e faz uma dívida de 1 milhão. Foi isso que aconteceu. Enquanto as pessoas não tiverem a boa vontade de interpretar o cenário, a comunicação é desalinhada com a expectativa. (…) Todas as despesas, teoricamente, são as nossas contratações. A transferência que temos que pagar do Paulinho é uma contratação, um valor alto que o Paulinho merece porque joga muito.

Marcelo: essas situações que trazemos não são apenas parcelamentos de compra. Foram parcelas que o Vasco não pagou, foi acionado na Fifa, já perdeu na Fifa, então está comprovado o débito. Ou o Vasco paga, ou toma transfer ban. Esses compromissos que estamos sinalizando são compromissos que não foram honrados, o Vasco foi processado, perdeu na Fifa e não tem mais como recorrer. Isso impacta na janela de transferências.

Pedrinho: eles (777) sabiam, porque desde 2022 já sabiam que tinham uma dívida muito maior do que receita, estavam falidos e mesmo assim fizeram tudo que fizeram. Ninguém aqui tá reclamando nem dando desculpas, tô só pontuando para vocês.

Os desafios do dia a dia

– Tenho aprendido muito. Na televisão, fui um dos caras que modifiquei muitos pensamentos de comentários. Sempre preguei sobre permanência de treinador, tempo de trabalho, encontrar o perfil ideal e, no dia a dia, tenho visto que as coisas são diferentes. Continuo com as mesmas convicções, mas muitos vezes não vou conseguir aplicá-las. Dentro desses meus comentários eu sempre falava que o sistema faz com o que o gestor tome decisões que não queira. A decisão do Paiva não foi por pressão, mas por convicção minha.

Planejamento para a próxima janela

Marcelo Sant’Anna: com a chegada do presidente recuperamos a credibilidade. Todas as transferências que estamos fazendo o Vasco está pagando. Todos os atletas que contratamos o Vasco está pagando. Nesses quatro meses e meio como diretor, já chamamos 12 atletas para renegociar luvas em atraso. Desses, 10 não tinham recebido nada. Nesse fim de ano vou chamar mais quatro jogadores para honrar esse débito. Segundo ponto: mudança do perfil do atleta que a gente vai buscar. Quando cheguei o Vasco tinha um olhar voltado para jogadores do futebol internacional, tanto que o Vasco tem nove estrangeiros no elenco. Isso não significa que não vamos contratar mais jogadores estrangeiros, não temos problemas com isso, mas temos que trazer jogadores que gerem retorno imediato ou que sejam economicamente mais interessantes, se não é melhor a gente investir em jogadores dentro do mercado brasileiro, porque é mais fácil negociar com os clubes, convencer os jogadores, usar a própria base.

Pedrinho: meu compromisso é honrar com aquilo que eu me comprometo. Paralelo a isso é pagar as dívidas, vou fazer de tudo para pagar as dívidas, se isso não acontecer não adianta. Quando a gente faz esse movimento de credibilidade para negociar e pagar, isso também dá tranquilidade para os empresários entenderem que estamos aqui para honrar os compromissos. Como vou trazer um jogador de um empresário que está com 500 dívidas aqui? Ele vai dificultar por tudo que foi criado anteriormente. A gente reorganizando começa a ter credibilidade no mercado. Falei para o grupo financeiro e fiz questão de não adiantar nenhuma receita de 2025, e a gente vai terminar o ano em dia.

Sobre Marcelo e Felipe, qual é o papel de cada um no departamento de futebol e como isso reflete em campo?

Pedrinho: a gente sabe que tem uma briga interna, política, interminável aqui, e muitas pessoas usam o termo “associativo” quando querem atingir, como se isso fosse um menosprezo. A gente está em busca de investidor, e vamos fazer isso enquanto eu estiver aqui. Existe uma governança, e muito bem elaborada. A função do Felipe, quando usamos o termo diretor, dá uma sensação mais executiva. Mas ela tem um complemento: é diretor técnico. Felipe é formado na questão técnica. Dentro do cenário do CT, ele tem um diálogo com os atletas, uma relação com o treinador e uma elaboração da formação do elenco junto com o Marcelo (Sant’Anna), muito mais na direção técnica.

– Identificam-se os setores necessários, o Felipe entra com uma avaliação técnica junto com a equipe de scout. O Marcelo também dá opinião técnica, mas quando a avaliação entra para termos de transação, o Felipe sai de cena e o Marcelo assume toda a burocracia. Obviamente, dentro do orçamento, até subir pro (Carlos) Amodeo, que é o nosso CEO. O cronograma é esse, Felipe é um cara técnico. Felipe é um cara muito fechado, mas agora vai ter que falar. Sempre disse a ele que ele é uma inversão do que são os produtos que estão no mercado, por exemplo, com uma embalagem muito bonita e o conteúdo dos produtos normalmente não é… O Felipe é o contrário, tem um conteúdo excelente, um cara incrível, entende muito de bola, mas as pessoas têm uma imagem diferente do que ele representa. Tenho certeza que vai dar uma resposta positiva.

Marcelo: a minha função é toda a parte chata que o torcedor às vezes não gosta de falar. Por exemplo, elaboração de plano de cargos e salários, desde a pessoa de cargo mais simples da base até os mais altos, em termos de hierarquia, que são os atletas e o técnico do futebol profissional. Toda a parte de logística que envolve o dia a dia do Vasco, compra de equipamentos, movimentação interna de pessoal, viagens. Temos um projeto de melhorar a integração entre futebol profissional e base, não só na parte técnica mas na parte física, equipamentos que são utilizados. Fica sob o meu guarda-chuva. A modificação de processos na área de scout, tomada de decisão, quem são as pessoas que têm que validar para que chegue para o presidente definir ou não. E a parte de negociação bruta: qual salário o atleta quer, tempo de contrato, se encaixa ou não no orçamento. A interface com o departamento financeiro, regime de caixa, regime de competência. Saber se nossa capacidade financeira é suficiente para pagar em dia salários, luvas, comissões, impostos. Se o departamento de futebol precisa vender atletas. Para minimizar o risco esportivo do Vasco, optamos por não vender atletas valorizados na última janela. Priorizamos (vender) jogadores em que a perda técnica seria menor.

– Foi com esses jogadores, por exemplo, que tivemos receitas para fazer as movimentações na janela passada. No próximo ano, podemos ter alguma situação similar a essa. Acredito que dê pra gente melhorar a otimização da folha salarial, reduzir a folha sem perder qualidade. Temos uma folha superfaturada, alguns atletas com vencimento acima do que deveriam. O Vasco é de 1898, e há algumas situações que já tinha que ter encarado de frente, como São Januário, por exemplo, de dar ao torcedor um equipamento digno da grandeza do clube. Na minha parte mais direta, os CTs do Vasco são algo que me incomoda demais. Temos uma tradição de grandes jogadores da nossa história terem vindo da base, como Roberto (Dinamite), o nosso presidente Pedrinho, o agora interino Felipe, Edmundo, Romário. Não posso ter esses jogadores alojados em SJ, tendo academia em SJ, mas precisando ir para Caxias para treinar. Quando vão jogar, têm que ir pro Artsul ou vir aqui para São Januário. As meninas a mesma coisa, fazem parte do trabalho aqui. A gente perde, em alguns dias, mais horas em logística de deslocamento do que em treino dentro de campo por causa do trânsito do Rio de Janeiro. O Vasco gasta mais de R$ 300 mil por mês só com logística, transporte e aluguel de equipamentos nas categorias de formação e do futebol feminino. A gente espera, em 2025, começar também essa obra respeitando a necessidade técnica que temos de chegar novamente a uma competição internacional, mas de resolver esse gargalo. A condição que temos de equipamento, software e pessoas no CT Moacyr Barbosa é satisfatória? Sim, mas a parte de infraestrutura física o Vasco merece muito mais. E vamos dar isso ao torcedor.

É possível manter Payet e Coutinho, dada a condição financeira do Vasco?

Marcelo: se a gente entender que o retorno técnico deles em campo justifica, então sim, é possível. Aí a gente tem que fazer sacrifícios em alguma outra posição. Isso é normal com qualquer clube. Já joguei Série A de Brasileiro gastando R$ 90 mil em goleiros, somando os três. Às vezes você sacrifica uma posição para privilegiar outra. Não é dizer que no Vasco (um atleta) não pode ter determinado salário. Pode, mas vai tirar de qual pra manter o equilíbrio? Não é só cortar, é ser racional e encarar o mercado. Tem clubes que fazem isso muito bem, e deixo uma reflexão pro próprio torcedor, que gosta de atletas de nome, de status. É um traço do DNA do brasileiro. Mas você tem equipes muito competitivas e não necessariamente trazendo grife, status, buscando jogadores dentro de um modelo. O Fortaleza, pelo segundo ano consecutivo disputando G4 do Brasileiro, disputando título nesta temporada. O Athletico-PR nos últimos dez anos, tendo uma folha salarial controlada apesar de ser um clube com muito dinheiro em caixa. No futebol europeu, o próprio Sevilla, que joga um campeonato muito difícil que é o espanhol, mas ganhando muitos títulos em âmbito europeu. O Vasco tem que perseguir esse caminho de ser competitivo, e pouco a pouco alcançar outras prateleiras de jogadores e transferência, que tentou alcançar com a administração anterior e não honrou, não pagou.

Opção por jogadores fora dos planos culminou na demissão de Paiva?

– Toda comissão que chega tem as informações necessárias. Não é imposição, é comunicação. “Não contamos com esse, queremos fazer as transações desses na janela, esses terminam contrato e a gente não tem intenção de renovar”. Não é obrigação, é escolha, e a gente respeitou e vai respeitar todas as escolhas.

Há conversas com os jogadores sobre entrega no dia a dia?

Marcelo: sim, a gente tem que intervir nessas questões de compromisso. Jogar bem ou jogar mal é do esporte, mas a gente quer entrega e determinação. A gente pontua com os jogadores, a gente tem algumas métricas de acesso aos dados de cada atleta. Quando o resultado não vem a gente questiona o compromisso do jogador, “ah ele não está correndo”. Às vezes ele está, gente, só que não está correndo da melhor maneira. A gente se baseia em dados de GPS. Se o GPS me indica que deu 10,8 quilômetros no atleta e a média dele era 10,5 ele não correu menos. A gente tem alguns dados que não é só distância percorrida, como distância em alta intensidade (DI) e distância percorrida em sprint (DS). Às vezes um atleta pode fazer 10,5 quilômetros de volume percorrido, mas o DI e DS dele são baixos. O Vasco tem esses dados do dia a dia de treinamentos.

Pedrinho: vocês acham que o Vasco correu mais contra o Bahia ou contra o Internacional? Contra o Inter, mas a sensação que a gente teve é que foi contra o Bahia. Não estou entrando no mérito técnico ou tático, estou mostrando que a sensação às vezes engana. Sobre essa questão física vocês podem pegar os dados da pré-temporada, que todo mundo sabe como foi.

O que a torcida pode esperar de Felipe enquanto técnico?

Pedrinho: essa pergunta tem que ser direcionada para ele, como vai jogar e o que vai fazer. Vocês tão associando que a gente tá colocando o Felipe pra fazer algo mágico. Ninguém botou o Felipe ali, tivemos que executar uma demissão, um movimento que era necessário ao meu ver. Automaticamente, alguém tem que substituí-lo. Nessa substituição, o melhor é o Felipe pelo que falei. Um cara com representatividade, um dos maiores da história do clube. Não vou colocar o Felipe para fazer uma mágica e nós subitamente virarmos o Manchester City. Não é isso. O movimento foi da demissão do Paiva.

Marcelo: o que Felipe precisa é o que sempre encontramos aqui dentro do Vasco, que é o apoio do torcedor. Temos uma reta final agora, três jogos muito importantes. A torcida tem nos apoiado de maneira absurda durante a temporada. Eu pontuei aqui que às vezes a gente traz temas duros, e a maioria absoluta dos torcedores, que tem boa intenção, vai entender o que buscamos construir com o Vasco. Nesse mundo de redes sociais, tem muita gente plantando informação para causar desconforto. O Vasco é um clube de grande pressão e apoio, e precisamos disso nessa reta final. Em quatro meses e meio que estou aqui, não lembro de a torcida ter vaiado a gente independentemente do resultado. E é um direito do torcedor se expressar da maneira que entende, e a torcida do Vasco tem sido parceira. Passamos 13 rodadas seguidas entre os dez primeiros, saímos agora. Tenho certeza que essa sinergia, se mantendo nesses dois jogos em São Januário, vamos fechar o ano de forma positiva e vamos jogar uma competição internacional no ano que vem. É o início de uma retomada que o Vasco precisa.

Em quanto tempo o Vasco vai sair desse sufoco? Pretende tentar a reeleição

– Dá prazo é difícil, a gente se compromete e às vezes as coisas não acontecem. O que a gente está criando com a Medida Cautelar Antecedente e depois o próximo passo é que a gente reorganize todas as dívidas e tenha um cronograma de pagamentos. Se chegar um investidor esse processo é muito mais acelerado. A gente está falando de gerar a dívida e ter só receita. Isso não dá para prever. Se não chegar o investidor demora um pouco mais.

Panorama das dívidas do Vasco

– Qual o interesse real pra eu vir aqui e expor tudo isso? Existe um debate justo sobre o tema? Normalizaram o que aconteceu, e cai na minha conta. Eu nunca vi uma exigência, e a gente assumiu o erro de que poderíamos ter sido melhores na janela, mas eu nunca vi tanto empenho – tirando o ano passado, quando teoricamente tínhamos um investidor com dinheiro – por (cobranças de) uma segunda janela. Botaram tudo na conta dessa segunda janela, todos os problemas do Vasco, sabendo que a gente estava sendo muito transparente com vocês. Ficam debatendo os números do Maxime e do Jean, que mostrei que não eram verdadeiros. A gente tenta um jogador de boa prateleira, ele e o empresário só querem o pagamento à vista. Não consigo, vou em outro de outra prateleira que eu consigo pagar em 18 vezes. Gostaria do primeiro? Gostaria, mas se eu não tenho dinheiro, não posso assumir um compromisso e aumentar a dívida. São atitudes que não são populares. Se a galera estiver de coração aberto para debater, tem que fazer as críticas que eu mereço. Mas também tem que entender que não é normal o que aconteceu (com a 777). Quando a gente entrou, a gente imaginava um tamanho (do buraco), mas é muito maior. Estamos aqui pra isso, pra assumir uma responsabilidade que agora é nossa, mas não foi construída por nós.

Após a derrota para o Corinthians, com três gols sofridos em 20 minutos, houve cobrança interna?

Pedrinho: muitas conversas internas existem, eu sou um cara muito presente. São conversas mais tranquilas quando têm que ser, e bem duras quando têm que ser. Com relação à forma, e aí não tem nada a ver com o Paiva… O que achou do jogo contra o Atlético-GO, quando nos classificamos aqui? Jogamos mal. A forma foi ruim. E eu falei pra eles isso: “Tô satisfeito com o que vi no vestiário”. Conseguimos uma classificação, e no vestiário estavam todos p*tos. Ninguém entrou brincando, rindo, comemorando. Falei pra eles: “Agora vocês entenderam o que é o Vasco”. As vitórias e as derrotas me dizem algumas coisas, mas a forma me esclarece mais. A conversa é diária, seja dura ou tranquila. Existe, mas é uma coisa muito interna.

Marcelo: estamos em um momento com troca no comando técnico. Se um jogador ontem cobrou ontem no vestiário, falam que o vestiário tá rachado. Se tivéssemos vencido e dois jogadores tivessem se cobrado, ia ser encarado de forma positiva. Você fica refém da informação atrelada ao contexto. Cobrança sempre tem no nosso grupo.

Pedrinho: eu gosto de vestiário quente, acho que isso faz parte do futebol. Existe a modernização, mas a gente vê diversos vídeos. Manchester City, Luiz Henrique. Vestiário é isso, e não quer dizer que esteja rachado. Faz parte.

Marcelo: no alto rendimento, a cobrança é inevitável. Temos que ter o limite do respeito, não pode é cruzar essa linha.

O Vasco vem utilizando o esquema 4-3-3, isso é alguma orientação do clube?

Pedrinho: a gente não se mete na questão de jogo. As pessoas confundem minha profissão anterior com essa. Se pedirem minha opinião, não vou deixar de falar o que eu penso. Tem pessoas maldosas que podem achar que eu estou interferindo. Respeito muito. Todas as vezes que minha opinião é pedida, eu falo. Não existe obrigação nenhuma de modelo.

Marcelo: se a gente define que o Vasco tem que sair construindo o jogo, é uma definição macro. Como o treinador quer sair construindo? A maneira que ele vai fazer isso para a diretoria é indiferente. O importante é, se a escolha é sair construindo, manter. Mesma coisa na fase ofensiva. Não é o diretor que vai interferir no que o treinador acredita, a gente pontua o objetivo macro. O 4-3-3 ou 4-4-2 para mim é indiferente. Às vezes sou até crítico dessa utilização excessiva dos dois extremos pelo lado do campo. Têm maneiras diferentes de competir, cabe ao treinador fazer a escolha de acordo com os jogadores que estão à disposição.

Renovações automáticas de jogadores, como Maicon

Marcelo: antes da chegada do Pedrinho, o Maicon teve uma renovação de contrato para 2025, com a possibilidade de, se bater metas, ter uma renovação para 2026. O contrato original iria até o fim desse ano e, antes da chegada do Pedrinho, foi feito esse novo contrato. O Galdames tinha um contrato que se ele batesse uma meta em 2024 ele teria uma renovação automática para 2025 e, em acordo, retiramos esse gatilho, então o contrato terminar ao fim dessa temporada.

Como está a busca por técnico? Pretendem acelerar por causa do calendário de 2025?

Pedrinho: a gente tem que ter velocidade e não pressa. O Felipe faz parte desse processo junto com o Marcelo e a análise de mercado para a gente encontrar um treinador que caiba dentro daquilo que a gente falou. O ideal é que a gente consiga até o final do ano para que ele possa iniciar o Carioca.

Marcelo: tive muito cuidado de proteger o máximo o Paiva, evitamos falar se ele era efetivado ou interino. Internamente, ele assinou o contrato em agosto como treinador profissional, trouxe os dois auxiliares e o preparador físico. O Felipe está como interino, mas precisa ter essa tranquilidade. Temos três jogos que são muito importantes e não podemos perder esse foco. Não é porque o Felipe está numa posição de interinidade que esses três jogos pararam de contar. Também tenho que ter essa proteção com o Felipe. Sei que a torcida vai apoiar, é uma torcida que se envolve, e a gente precisa dessa sinergia. Entendo a expectativa, mas primeiro temos que terminar bem o ano.

Qual o peso de botar na mesa de negociação uma competição sul-americana?

Marcelo: ajuda, porque a possibilidade para o atleta de aparecer em outros cenários é muito mais interessante. Tem mercados que só avaliam Série A e competições internacionais, então isso é determinante.

O Vasco vai responsabilizar pessoas da gestão passada da SAF?

– Existe um conselho de investigação. Se alguém cometeu algum crime tem que pagar por ele. Se ninguém cometeu, ótimo.

Melhorias no CT

Marcelo: temos planejado micro correções, mas o que a gente deseja é fazer um investimento que coloque o Vasco próximo do nível que ele merece. A gente tem confiança que isso vai caminhar e, quando estiver tudo formal, vamos comunicar a torcida cruz-maltina.

Pedrinho: são muitos processos que têm que ser construídos para ficar mais perto dos títulos. Os jogadores falam sobre isso. “Ah como está a estrutura aí?”, e isso dificulta. Hoje, o jogador prefere ir para um clube de menor expressão, mas que é melhor estruturado. A melhoria do CT facilita muito.

Declaração de Paiva sobre vaias da torcida pesou na demissão?

– Minha avaliação é sempre pautada no campo. Outros aspectos podem ser uma pitada. Ele mesmo sabe que errou nessa fala e deve ter se punido por isso. A gente tem muito conhecimento de Vasco e vamos ter que passar pelos processos. Não vou pedir paciência ao torcedor. A torcida do Vasco é a mais fiel, porque foi sacaneada 200 anos e não abandona de jeito nenhum. Se ela vaiar todos os jogos ninguém pode falar nada.

Qual o tamanho do investimento que o Vasco precisa fazer, em elenco e análise de mercado?

– Análise de mercado, junto com gestão esportiva, faz toda uma avaliação do atleta. A expectativa é que ele chegue e dê resposta, o que às vezes não acontece. Como não acontece se vimos isso tudo, se acompanhamos? E aí ela (análise) passa a ser julgada por uma contratação ruim. O que a gente espera é que as contratações que foram feitas deem uma resposta dentro do que foi avaliado, por isso foram feitas. Obviamente, nas próximas contratações, a questão de ser certeiro depende muito das emoções. O cara chegar, render, se adaptar rápido. O que tá claro é que temos que ser criativos, muito fortes e rápidos no entendimento do que é a nossa folha. Se a gente diluir a nossa folha, que não é fácil mas é nossa função, vamos transformar um custo alto em possibilidade de nova receita, para um investimento melhor.

Quantos milhões o Vasco gastou na última janela? Foi uma janela responsável?

Pedrinho: Nós estamos há praticamente 25 anos pagando o preço por gestões que não foram responsáveis financeiramente. Essa é a conta que a torcida tem que fazer. Valeu a pena você fazer um time milionário, potência em todos os esportes, e em um, dois anos gerar uma dívida gigantesca? Essa conta vai chegar para alguém. Esse alguém vai ser responsável, mas maior que ele é a instituição. A irresponsabilidade a troco de um título não estão preocupadas com um título, estão preocupadas em serem campeãs na gestão delas. A conta não é pro próximo gestor, é pros torcedores. É uma ação impopular. Outro gestor que chegar depois de mim, se não tiver a mesma conduta, vocês mesmos não vão aceitar. Eu não concordo em pagar esse preço. Entendo que é muito legal comemorar (classificações e títulos), mas que seja de forma responsável e não cause danos ao clube. Foi responsável porque quando se fala em volume total, você acha que é uma coisa gigantesca. Mas a forma do pagamento era a única em que conseguiríamos fazer algum tipo de contratação, um prazo muito esticado de parcelas.

Marcelo: os pagamentos da janela do meio do ano foram feitos entre 16 e 24 meses. Sobre números, tem um que o clube divulga, então não tem muita dúvida (Maxime), outro foi ainda menor. Só o valor que o Vasco vai pagar por não ser rebaixado, de 2 milhões de euros, é equivalente a todo o valor que o clube investiu nessa última janela, contando todo o parcelamento futuro que vá ter. O que conseguimos ganhar de receita esse ano com saídas de jogadores foi o que investimos na janela.

Surgiram novos investidores interessados?

Marcelo: a presidência e o nosso CEO têm conversado com investidores periodicamente. Enquanto não estiver assinado, temos que fazer dentro da capacidade atual. Não podemos contar que o Vasco vai ser vendido em janeiro, dezembro do ano que vem.

Pedrinho: não apareceram outros investidores, são os mesmos com os NDAs (acordos de confidencialidade) assinados. Agora é troca de informações. E quando não aparece, não é que a gente fique sentado esperando. A gente busca, corre atrás, mas são os mesmos que estavam na mesa.

Marcelo: quando entra o aporte de capital, é fácil você corrigir o planejamento. Difícil é quando se tem uma frustração de receita, quando você desenhou um pagamento e o caixa não vai ter esse recurso.

Qual o perfil de atleta que o Vasco busca para 2025? Não faltam jogadores físicos?

Pedrinho: futebol é físico, mas temos jogadores físicos no elenco. Leandrinho, Rayan, PH, João Victor, Hugo Moura, Léo… É questão de escolha de quem vai botar para jogar. Para mim isso não é receita, porque tem equipes com menos físico e muita qualidade. Não acho que é uma receita, que precisa ser físico para ter o retorno esperado.

Marcelo: o time para jogar mais na posse de bola e na técnica custa mais caro. Tem que trazer um jogador com característica mais refinada. No Brasil boa parte dos times tem apostado nesse jogo mais físico e encarando um jogo de transição. Tem que entender se esse modelo seria aceito e valorizado pelo seu torcedor, isso é de cada clube.

O que o campo fala nesse momento sobre correções nesses últimos três jogos?

Marcelo: a nossa entrevista de hoje é um pouco do que a gente vê o campo falando para nós. Tivemos que fazer uma interferência no trabalho da comissão técnica. Sou grato ao Rafael Paiva, pegou o Vasco em um contexto muito difícil, deu uma resposta extremamente positiva especialmente nos três primeiros meses do trabalho. Dentro do cenário do futebol brasileiro, naturalmente tivemos dificuldades. Nunca gostei de transferir responsabilidades ou valorizar só uma pessoa. Ganhamos juntos, perdemos juntos. Mas em alguns momentos precisamos tomar medidas, e o que entendemos como viável nesse contexto de fim de temporada foi fazer a mudança na comissão técnica. Repito: agradeço pelo trabalho que o Paiva fez, tem pontos positivos. Nos últimos dez anos, se vocês pegarem o aproveitamento de pontos dele, é extremamente positivo. Se você tirar estaduais e série B, Paiva é o segundo treinador com mais jogos no Vasco, considerando série A e campeonatos internacionais. Fica atrás do Luxemburgo. Tínhamos que ter uma correção pra essas rodadas finais. Buscamos esse fôlego pro Vasco terminar a temporada bem e dentro de uma competição internacional depois de cinco anos.

Prioridade de setores para contratações na próxima janela

Pedrinho: com muito respeito, não vou falar porque ainda temos jogadores e um campeonato a cumprir. Quando falo de um setor específico, quem tá lá pode se sentir desprezado. Temos três compromissos importantes (pelo Brasileiro).

Ter o Felipe como diretor ou auxiliar depois desses três jogos pode ser uma sombra para o novo técnico?

Marcelo: a gente tem que resolver o problema de agora, temos que estar mobilizados, depois vemos o segundo ponto. Temos que ter no Vasco os melhores profissionais que o Vasco conseguir contratar, se isso incomoda a alguns profissionais o erro está neles. Estar com bons profissionais potencializa o seu trabalho.

Pedrinho: o dia a dia vai mostrar a gentileza do Felipe com o próximo treinador. Isso é quebrado em um segundo.

Planejamento com antecipação do Carioca de 2025

Pedrinho: a antecipação do calendário mexe diretamente. Tem jogador que fez planejamento de férias um mês fora do país. Como eu chego agora e falo que as férias serão menores? Vou precisar dar o maior tempo possível de férias aos jogadores que estão atuando agora e tirar alguns jogadores da Copinha. Aí não estaremos com força máxima no início do estadual e, se começarmos mal, seremos cobrados.

Marcelo: a tendência é que o Estadual comece por volta do dia 12 de janeiro, e a federação não vai exigir que coloque nos primeiros jogos os jogadores (do elenco principal). Os clássicos devem ficar para a segunda metade do Estadual. A partir do momento que o Vasco participar das competições, tem a responsabilidade de buscar o título.

Fonte: ge

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