Os crescentes desafios frente a eventos climáticos extremos requerem ações integradas entre os poderes públicos, universidades e a sociedade civil. Sob esta ótica, as secretarias de Defesa Civil e de Educação de Macaé e o Grupo de Pesquisa Interdisciplinar do Centro Multidisciplinar da Universidade Federal do Rio de Janeiro campus Macaé (GPICM/Macaé) abordaram estratégias de ação, em reunião na manhã desta quarta-feira (11), na Cidade Universitária de Macaé.
O público-alvo da palestra ministrada pelo secretário de Defesa Civil, Joseferson de Jesus, e por membros do Centro Multidisciplinar foram as equipes de orientação pedagógica das escolas da Rede Municipal de Ensino, que colaboram na mediação para a elaboração dos Projetos Políticos Pedagógicos (PPP) das unidades escolares. De acordo com o secretário, um dos objetivos é a instalação de 31 estações meteorológicas em escolas da rede, priorizando as unidades mais suscetíveis a fenômenos meteorológicos ou geológicos intensos. Outro, é promover treinamentos para a redução de riscos de desastres ou acidentes, transmitindo informações sobre os Sistemas de Alerta.
Os treinamentos incluirão plano de evacuação e práticas de manobras de desengasgo, em atendimento à Lei Lucas (13.722/2018), que visa proteger crianças da Educação Infantil e Básica de acidentes em ambientes escolares. Esta lei torna obrigatória a capacitação em primeiros socorros para professores e funcionários de escolas públicas e privadas. A proposta atende ainda a Política Nacional de Proteção e Defesa Civil (PNPDEC/Lei 12.608/2012), que dispõe sobre o Sistema Nacional de Proteção e Defesa (Sinpdec), o Conselho Nacional de Proteção e Defesa Civil (Conpdec) e o Sistema de Informações e Monitoramento de Desastres, fora a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB/Lei 9.394/1996).
“Este é um momento de troca. A Defesa Civil, preocupada com a proteção do cidadão, precisa dialogar com os educadores, que são atores fundamentais e multiplicadores conectados diariamente com seus alunos e suas comunidades. Nosso objetivo é tornar a sociedade mais adaptada às mudanças do clima e aos desafios que temos vivenciado, como riscos de alagamentos, inundação, deslizamentos e outros. Entre os nossos desafios está levar a robótica, com ênfase em construção de estação meteorológica, para dentro das escolas e envolver os alunos em temas relativos, como erosão do solo, primeiros socorros e outros, dando mais autonomia às escolas. Nós optamos por fazer uma rede de telemetria, com estações meteorológicas espalhadas pelo município”, disse Joseferson.
“Nós vamos intensificar as ações, junto à Secretaria de Defesa Civil, para levar estes conhecimentos aos nossos alunos, para que eles também possam distribuir isso em suas casas e assim consigamos atingir toda a nossa comunidade. Pretendemos ampliar, para os próximos anos, o quantitativo de escolas atendidas pelo projeto. As escolas que não conheciam este projeto sairão daqui hoje com um olhar diferenciado sobre ele”, frisa o secretário de Educação de Macaé, Matias Mendes.
A integrante do Grupo de Pesquisa Interdisciplinar do Centro Multidisciplinar, Cristiane Teixeira, reforçou que a equipe, em colaboração por meio de convênio com a Defesa Civil de Macaé, com a Secretaria Municipal de Educação e com a Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (Uenf), desenvolveu o ‘Modelo de mitigação de desastres naturais com tecnologia loT e Crowdsourcing’, para instalação de estações meteorológicas de baixo custo em escolas municipais. O grupo criou um software para coleta de dados em tempo real das estações para o Centro de Monitoramento da Defesa Civil, fizeram a montagem das estações e oferecem aulas de robótica nas escolas.
Estações meteorológicas – O objetivo das estações meteorológicas de baixo custo nas escolas de Macaé é prevenir desastres. O sistema de monitoramento para alerta e alarme precoce através das estações geram maior integração entre o poder público e as comunidades vulneráveis, através da comunidade escolar. A rede de monitoramento do município é composta por um pluviômetro do Instituto Nacional de Meteorologia do Brasil (INMET), em área urbana no bairro do Horto; duas estações hidropluviométricas do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) para alerta de cheias no Rio São Pedro, em área rural, e dois pluviômetros do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), no bairro do Horto, em áreas urbana e rural. Também participou da reunião a gerente de Saúde do Escolar, Janiane Nunes.