O CIDADÃO RJ

Jardim Ângela fará segunda audiência pública no dia 26 de julho  – IFSP

Comunidade comemora chegada do IFSP e acredita na transformação da região 

Sob aplausos, o IFSP realizou na noite desta segunda-feira (23) a primeira audiência pública de implantação do Campus Jardim Ângela, na Zona Sul da capital paulista. A comunidade da região comemorou o início das discussões para a oferta dos cursos do Instituto Federal de São Paulo após três anos de luta pela instalação da unidade.  

Diversas lideranças, representantes de parlamentares e organizações da região acompanharam a audiência. Todos destacaram o momento histórico que o Jardim Ângela vive. “O IFSP no Jardim Ângela é uma realidade” e “O IFSP é nosso” foram algumas das falas entoadas pela população.  

Isabelle, Agostinho e Denilza (da esquerda para a direita) durante audiência pública

 

Jeferson Santos, professor e poeta, nascido e criado no Jardim Ângela, ressaltou a evolução do bairro. “Quem viveu aqui nos anos 1980 sabe que somos sobreviventes. Contávamos o número de mortos, e hoje recebemos o Instituto Federal de São Paulo no nosso território.” As lideranças lembraram que essa é a região mais negra de São Paulo e que já foi considerada uma das mais violentas do Brasil. 

Eliezer Pacheco, ex-secretário de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação e ex-presidente do Instituto Nacional Anísio Teixeira (Inep), enviou um vídeo para saudar a comunidade e destacou o impacto social provocado nos territórios onde os institutos federais são implantados. “Ao chegar ao Jardim Ângela, o Instituto Federal confirma sua missão de alcançar os locais mais vulneráveis. Longa vida ao Campus Jardim Ângela.” 

Isabelle Santos de Sá, representante do cursinho popular Ubuntu, destacou a importância de ter uma instituição de ensino pública com oferta de cursos superiores no Jardim Ângela, uma vez que hoje os estudantes da região precisam se deslocar por duas horas para chegarem até a universidade mais próxima.  

Para Denilza Frade, diretora-geral do campus, a implementação do IFSP na região vai ao encontro da missão dos institutos federais, de levar oportunidade de transformação para uma comunidade periférica e marcada por desigualdades sociais: “é uma instituição pública, gratuita e de qualidade que promove o desenvolvimento local, regional e nacional, que transforma vidas, muda rumos”.  

Representando o reitor do IFSP, Silmário Batista dos Santos, o chefe de gabinete Ricardo Agostinho de Rezende Junior contou que nasceu na periferia da Zona Norte de São Paulo e compreende a importância da chegada do IFSP no Jardim Ângela. “Eu sei o que representa a educação pública na vida das pessoas e o quanto ela muda nossas vidas. Sabendo disso, precisamos entender que o IFSP chega num território para agregar tanto na vida das pessoas com formação cidadã quanto no arranjo produtivo local, de forma a levar desenvolvimento para todo o território.” 

O secretário de Educação Profissional e Tecnológica (Setec) do Ministério da Educação (MEC), Marcelo Bregagnoli, também marcou presença no evento. Por vídeo, ele enfatizou a importância das audiências. “É o momento da fala e da escuta para definição dos eixos. Essa é uma ocasião de extrema relevância para o governo, que preza pela identidade do território [onde os institutos federais são instalados]. Contem conosco para esse momento tão importante”.  

Luta pelo IFSP 

Robinson Moreira dos Santos, representante do Fórum em Defesa da Vida, contou que o movimento pela implementação de um campus do Instituto Federal, bem como da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) na região, nasceu há três anos com o incentivo do padre Jaime, da Paróquia Maria Mãe da Igreja, no Jardim das Flores.  

Mesmo após a morte do padre, os trabalhos continuaram e se intensificaram com a chegada de mais organizações na luta pelas instituições de ensino. O pedido da população foi entregue ao IFSP, ao Ministério da Educação e a diversos parlamentares que apoiam ações na região.  

Agora, aponta Robinson, “o Fórum espera participar da construção dos eixos tecnológicos que serão oferecidos pelo IFSP para que atendam às necessidades do território, cujos bairros somam, juntos, cerca de um milhão de habitantes”.  

Questionário 

Está disponível um questionário diretivo para coletar dados da sociedade civil organizada e dos setores produtivos locais envolvidos com o Jardim Ângela acerca da escolha dos cursos a serem oferecidos pelo IFSP na região. No questionário, está disponível o catálogo nacional dos cursos técnicos.  

Próxima audiência 

A segunda audiência pública para a instalação do Jardim Ângela do IFSP acontece no dia 26 de julho, na Paróquia dos Santos Mártires. Haverá ainda uma terceira audiência em data a ser confirmada. Cada uma das audiências está prevista para acontecer em um local diferente, de forma que facilite a participação da comunidade local.  

Assista à primeira audiência na íntegra abaixo:

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