A união entre fé, cultura e preservação ambiental marcou as comemorações dos 81 anos do Parque Estadual do Rio Doce (PERD), celebrado nesta terça-feira (14/7). No último sábado (11/7), cerca de 415 pessoas participaram das tradicionais romarias e cavalgadas que partiram das cidades de Marliéria, Dionísio e Timóteo em direção à unidade de conservação, no Vale do Aço. O evento, uma tradição regional, reforça os laços entre o parque e a população do seu entorno.
As celebrações tiveram caráter religioso e ambiental, homenageando Nossa Senhora da Saúde e relembrando as origens históricas da região. A romaria remonta às décadas de 1930 e 1940, quando o arcebispo de Mariana, Dom Helvécio, visitou a área e se encantou com a exuberância da floresta e das lagoas naturais, o que contribuiu para a criação do parque anos depois.
Ao longo do mês de julho, outras ações comemorativas ocorreram nos municípios que abrigam o parque, destacando o valor histórico e ambiental da unidade. Para o gerente do PERD, Vinícius Moreira, a celebração é uma oportunidade de aproximar ainda mais a população local da missão de preservação. “O momento já se consolidou para eternizar a unidade de conservação e toda sua contribuição na proteção da biodiversidade em Minas”, afirma.
História
Criado em 1944, o Parque Estadual do Rio Doce é a primeira unidade de conservação ambiental de Minas Gerais e uma das pioneiras do Brasil. Sob gestão do Instituto Estadual de Florestas (IEF), o parque possui 35.970 hectares e abriga a maior área contínua de Mata Atlântica do estado. Sua diversidade inclui árvores centenárias e um sistema lacustre com 40 lagoas naturais, um dos maiores do país.
Além da importância ecológica, o parque é reconhecido internacionalmente. Foi declarado Reserva da Biosfera pela Unesco e seu complexo de lagoas integra a Lista Ramsar, que identifica zonas úmidas de relevância global. A fauna protegida da Unidade de Conservação inclui espécies ameaçadas de extinção, como a onça-pintada e o mono-carvoeiro, maior primata das Américas.
As comemorações pelos 81 anos do parque reforçam o compromisso de Minas Gerais com a preservação ambiental, a valorização das tradições locais e a construção de uma relação cada vez mais participativa entre as unidades de conservação e as comunidades ao seu redor.