Minas Gerais ganha o segundo maior Arranjo Produtivo Local (APL) do setor audiovisual, após o reconhecimento do precursor na Zona da Mata mineira. O Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Sede-MG), com o apoio da Agência de Desenvolvimento da Região Metropolitana do Vale do Aço (ARMVA) e entidades locais, reconheceu agora o APL Polo Cine Vales, que vai fomentar a economia e contribuir para a geração de oportunidades de emprego e renda no Vale do Aço. A formalização ocorreu durante o Seminário Polo Cine Vales, em Coronel Fabriciano.
Os APLs são conjuntos de empresas e instituições localizadas em uma mesma região que compartilham atividades produtivas e mantêm laços de cooperação e interação. O Governo de Minas reconhece e apoia esses APLs, buscando fortalecer a economia local, gerar empregos e atrair investimentos.
O APL Polo Cine Vales é composto por cinco municípios da região e mais de 500 empresas. A formalização busca consolidar a proposta do APL voltado ao desenvolvimento da cadeia produtiva do cinema e do audiovisual na região, que, embora seja conhecida pela produção de aço e metalurgia, recentemente, tem havido um esforço para promover o setor audiovisual como um setor econômico e cultural nos municípios de Caratinga, Coronel Fabriciano, Governador Valadares, Ipatinga e Timóteo.
Na avaliação da secretária de Estado de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais, Mila Corrêa da Costa, o APL Polo Cine Vales representa um marco na consolidação do audiovisual como motor de transformação e geração de oportunidades no Vale do Aço.
“Ele busca promover estratégias coletivas que impulsionam essa cadeia como uma indústria criativa sustentável, com impacto econômico, social e cultural para o desenvolvimento regional”, destaca a secretária.
“Certamente um polo do audiovisual poderá operar para nós do setor assim como o APL metalomecânico opera para essas empresas. Dependendo das demandas, há uma união para atender a mercados maiores, quem sabe até no exterior. É não só repartir o ‘bolo’, mas também buscar novos mercados”, ressalta Marciano Ceolin, diretor executivo da Video Plus, uma das empresas do ramo de audiovisual mais antigas da região.
Agregar valor
Além de realizar produções audiovisuais, a empresa Rec na Alta, fundada pelo jornalista Welington Silveira, durante a pandemia de covid-19, também se preocupou com a formação de mão-de-obra na região. A empresa surgiu a partir da crescente demanda por transmissões audiovisuais e conta com projeto de capacitação para que jovens de 13 a 17 anos possam atuar no setor.
“Além de todo o trabalho com publicidade, documentários, temos um foco na educação para aqueles que querem entender o mundo do audiovisual. O Vale do Aço é, há muitos anos, uma região formadora de artistas e o que faltava realmente era algo para profissionalizar, e dar um norte. Acredito que será um polo que vai agregar muito para a região e para o estado”, comenta Wellington.
APLs em Minas
Atualmente, Minas Gerais conta com 73 APLs reconhecidos em 309 municípios. Esses arranjos envolvem mais de 140 mil Microempreendedores Individuais (MEIs), 60 mil empresas, mais de 80 mil produtores rurais e 248 mil empregados diretos.
Todas as regiões mineiras contam com APLs em diversos setores como móveis, eletroeletrônicos, têxtil e calçados, gêneros alimentícios, jóias, cafeicultura, entre outros.