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Especialista revela como enfrentar a menopausa com saúde

Segundo IBGE, 29 milhões de brasileiras estão na menopausa Parque Vicentina Aranha/Acervo AFAC/Flickr

De suores noturnos a variações de humor, esses são alguns sintomas menopáusicos que as mulheres sabem que, em algum momento da vida, irão enfrentar. Se algumas delas encaram o assunto com certos receios, outras têm inúmeras dúvidas sobre essa fase que ocorre, em média, entre os 45 e 55 anos de idade. Pensando nisso, o LeiaJá conversou com a médica ginecologista Aleide Tavares, do Hospital da Mulher do Recife, para esclarecer algumas dúvidas sobre o assunto e explicar qual a importância do Dia Mundial da Menopausa, comemorado nesta quarta-feira (18).

A data

A Organização Mundial da Saúde (OMS) escolheu esse dia como uma forma de conscientizar e orientar as mulheres a entenderem a importância do tratamento para alívio dos sintomas, principalmente pela menopausa ser considerada uma fase de mudanças e desafios, no que diz respeito aos sintomas que com ela chegam.

De acordo com os especialistas, é muito importante existir uma data que discuta sobre o assunto pois, segundo a própria OMS, em 2025 a menopausa deverá impactar mais de 1 bilhão de pessoas em todo o mundo. No Brasil, em específico, estima-se que, atualmente, aproximadamente 29 milhões de mulheres estejam nessa fase, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Para a Dr. Aleide Tavares é muito importante que se discuta sobre o tema com a população feminina, pois a menopausa está totalmente ligada ao bem-estar da mulher.

“O principal objetivo dessa data é alertar as mulheres para as mudanças que ocorrem no corpo e que podem interferir muito na qualidade de vida”, pontua a ginecologista, ao explicar que a menopausa pode aumentar os riscos do desenvolvimento de algumas doenças.

Como enfrentar, com saúde, a menopausa?

Mesmo alertando sobre os cuidados dessa fase, Aleide tranquiliza as mulheres ao afirmar que “a menopausa não é uma doença, e sim uma fase totalmente fisiológica” que precisa ser acompanhada por profissionais adequados, que conversem com as pacientes sobre o climatério.

“O ginecologista tem um papel importantíssimo na assistência das mulheres nessa fase da vida, tanto por orientar tratamentos que vão minimizar os sintomas, quanto tratamentos que vão prevenir doenças que são mais prevalentes nessa fase, como doenças cardiovasculares, diabetes, osteoporose”, afirma a especialista que também cita a terapia hormonal com estrogênio, que é um tratamento que alivia sintomas comuns que acompanham essa fase.

Entre os sintomas citados pela médica estão: atraso da menstruação, que passa a ter um intervalo maior; alteração no volume da menstruação, que é reduzido ou aumentado; ondas de calor, que podem sem leves ou intensas; irritabilidade; ressecamento vaginal; dificuldades para dormir; alterações vaginais; alterações do desejo sexual; entre outros sintomas.

“Além da terapia hormonal, há outras medidas que a mulher pode adotar que vão melhorar a sua qualidade de vida e reduzir os sintomas. E isso inclui mudança no estilo de vida, como a prática de exercício físico regular acompanhado de uma dieta equilibrada, rica em fibras e proteína. Reduzir a ingestão de alimentos industrializados, como refrigerantes e gorduras saturadas. Reduzir o nível de estresse, tentando evitar situações estressantes. Reservar um momento do seu dia ou na sua semana para o lazer, fazendo algo que dá prazer”, pontua.

Menopausa precoce

Cientes que a menopausa ocorre em torno dos 50 anos de idade, algumas mulheres se assustam quando essa fase acontece um pouco antes da média em geral. Sendo assim, a ginecologista informou como a paciente deve proceder nesses casos.

“Se acontecer antes dos 40 anos de idade, temos que investigar, porque não é normal, não é um processo fisiológico. Então se a mulher para de menstruar espontaneamente antes dos 40 anos, provavelmente deve se tratar de alguma doença. Alguma alteração endocrinológica, pode ser algum tipo de infecção, alguma doença autoimune”, afirma Aleide que explica que em alguns casos, nos quais esse problema de saúde é corrigido, a mulher pode voltar a menstruar, mas isso não vale para todas as situações, por isso sempre é importante procurar um ginecologista.

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