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Israelenses vão às ruas contra reforma judicial

Milhares voltaram a protestar neste sábado em Tel Aviv JACK GUEZ / AFP

Milhares de israelenses voltaram a protestar neste sábado (29) no centro de Tel Aviv contra a reforma judicial promovida pelo governo do primeiro-ministro conservador Benjamin Netanyahu. As manifestações acontecem antes do início de uma nova sessão parlamentar, na segunda-feira (1º).

Manifestações semanais são feitas desde janeiro em todo o país, apesar de o governo ter anunciado há um mês uma “pausa” legislativa para dar “oportunidade ao diálogo”.

“A história está de olho em você”, dizia uma faixa em Tel Aviv, onde as pessoas acenderam tochas e agitaram bandeiras israelenses.

O Executivo estima que a medida servirá para equilibrar o poder entre o Parlamento e a Suprema Corte, tachada de politizada pela atual coalizão governista, a mais direitista da história de Israel.

Os opositores, entretanto, acreditam que a reforma pode levar o país a um modelo iliberal ou autoritário.

Milhares de pessoas foram às ruas de Tel Aviv durante todas as semanas desde janeiro para protestar contra a reforma. Ainda não há dados sobre a marcha deste sábado.

O presidente israelense, Isaac Herzog, organizou uma série de conversas interpartidárias a fim de chegar a um acordo sobre o pacote de reformas.

As negociações começaram após Netanyahu anunciar a “pausa legislativa” em 27 de março, mas a oposição permaneceu cética quanto às intenções do primeiro-ministro.

Os legisladores voltarão a fazer reuniões na segunda-feira, após um recesso que já estava no calendário – alheio à “pausa legislativa” anunciada pelo primeiro-ministro.

Durante o recesso, tanto os defensores da reforma quanto seus opositores mantiveram a pressão sobre os políticos.

O ministro da Justiça, Yariv Levin, legislador da reforma, dirigiu-se na quinta-feira (27) a milhares de pessoas que expressavam apoio à reforma, em Jerusalém.

O ministro da Fazenda, o ultra-direitista Bezalel Smotrich, também compareceu à passeata e prometeu que o governo não “desistiria” e aprovaria a reforma.

O governo foi formado em dezembro e é integrado por uma coalizão de ministros de partidos de direita, de extrema direita e de judeus ultraortodoxos.

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